Indígenas buscam desenvolvimento auto-sustentável
Comunidades indígenas de Roraima querem encontrar estratégias para a implantação de sistemas de produção auto-sustentáveis e soluções econômicas mais próximas de suas realidades para o desenvolvimento integral de seus povos.
Este foi o tema da Primeira Feira Indígena de Economia Solidária – FIES, realizada na Terra Indígena São Marcos (RR), nos dias 06, 07 e 08 de novembro.
Paralelamente a feira, um seminário técnico abordou temas ligados à causa indígena e a parcerias com projetos estratégicos de órgãos dos governos municipais, estaduais, e Federal, assim como junto a organismos internacionais de cooperação. Iniciativas como ecoturismo, piscicultura, artesanato, hortifruticultura, em ações cooperativas, foram apontadas como possibilidades de desenvolvimento sustentável a ser desenvolvidas em comunidades da região.
A busca por parcerias públicas ou privadas, apesar de ser tema recorrente para as comunidades indígenas, é de vital importância para as comunidades indígenas brasileiras.
Indígenas Wapixana, Macuxi e Taurepang, participaram ativamente das palestras e discussões da FIES, que contou com o apoio e participação de autoridades, técnicos e especialistas de diversas entidades como Bárbara Souza, da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial – SEPIR ; Newman Costa, do SEBRAE – Nacional; Marcos Ortega (Panamá) e Jose Fabra (Espanha), ambos do Instituto Interamericano de Cooperação para a Agricultura - IICA; Everton de Souza, da Embrapa; Andrea Junqueira, da DESTUR; Alda Freire de Carvalho, da Advocacia Geral da União; Deputada Federal Maria Helena; Delegado Kneipp, da Polícia Federal, Germando Silva Pereira, da Universidade Federal de Roraima.
O evento, organizado pelo Presidente da Federação Indígena Brasileira – FIB, e assessor da Secretaria de Promoção da Igualdade Racial – SEPIR, Alfredo Wapixana, deixou claro o interesse dos indígenas em manter suas tradições, mas ao mesmo tempo, a busca por mais conhecimento, com formação técnica e educacional contínua. Muitos já estão trilhando este caminho e tendem a ampliá-lo.
Integrantes da FIB, como Eli Ticuna e Hariessa Villas Boas, acreditam que eventos como a 1ª FIES, são sementes de uma nova realidade, de parcerias e de desenvolvimento, para os povos indígenas e a sociedade não índia e, ainda, o início de uma mudança na relação de respeito com as comunidades indígenas.
Liana Memória Cardoso – Sociedade Indígena Nheengatu
**Foto: arquivo pessoal